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Valentim o Grande Mestre Gnóstico Cristão

Valentim foi um filósofo religioso que fundou o colégio de iniciados dos valentinianos.  Nascido no Egito no século II d. C. e educado em Alexandria, estabeleceu-se em Roma durante o pontificado do Papa Higino. Ensinou durante mais de 20 anos nesta cidade e conseguiu uma grande reputação por sua eloquência e poderosa inteligência que atraíram muitos seguidores. Segundo o teólogo Tertuliano, Valentim rompeu com a Igreja Cristã e deixou Roma após rechaçar o cargo de Bispo. Seguiu desenvolvendo suas doutrinas, provavelmente em Chipre. Seus seguidores ampliaram seus ensinamentos e instalaram duas escolas, uma em Alexandria e outra na Itália.

As primeiras fontes da doutrina de Valentim são citações fragmentadas recolhidas nas obras de seus oponentes cristãos ortodoxos e um texto em copta – o Evangelho da Verdade ou Evangelho de Valentim – descoberto em Nag Hammadi (Egito). Seu sistema reflete a influência do platonismo, do dualismo oriental (zoroastrismo) e do cristianismo. Deu como certa a existência de um reino espiritual (pleroma) que consiste em uma sucessão de aeons (do grego: emanações) que involuíam a partir de um ser original divino. O aeon Sophia (do grego: sabedoria) produz um Demiurgo (identificado com o Deus do Antigo Testamento), criador do Universo Material, mal em essência, pois nele as almas humanas que formavam parte do reino espiritual se encontram encarceradas. O aeon Cristo se uniu com Jesus para aportar o conhecimento redentor do reino divino (gnosis) à humanidade.

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2 Comentários

  1. Valentino foi apontado pelos primeiros estudiosos da Pistis Sophia como sendo ele o seu autor. Eles eram verdadeiros eruditos entendidos dos textos da antiguidade e através da filologia, que era uma rigoroso método linguístico de reconstituição de textos através de comparação do estilo de acordo com circunstâncias de época e de lugar, podiam inferir com ciência prática a origem desta escritura.

    O primeiro tradutor do copta para o latim, Moritz Gotthilf Schwartze (1802-1848), assim a intitulou: Pistis Sophia. Opus gnosticum Valentiniano adiudicatum, ou seja: obra gnóstica à Valentino atribuído.

    Minha pergunta: a Santa Igreja Gnóstica sufraga esta atribuição?

  2. Há necessidade de desambiguação do nome Valentim que designam dois sábios, ambos gnósticos: um é o alquimista do séc. XV, descobridor do antimônio; outro, o Valentim aqui referido. O primeiro é grafado como Valentim num certo glossário gnóstico; o segundo como Valentino. Há ainda o São Valentim, que na tradição católica, é aquele do dia dos namorados. Os três não se confundem.

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