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AMADEUS MOZART O INICIADO

AMADEUS MOZART – O INICIADO

 

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Torna-se um pouco mais que impossível nessa época de grande superficialidade compreender a fundo a Obra de um Ser que teve acesso às realidades superiores e a dita de poder cristalizá-las. Para nós serve de alento, de estímulo, de ânimo analisar o que fizeram os grandes Homens da humanidade, os grandes personagens e dessa forma nos impulsionar, se possível a Grandes Realizações, mas caso não seja assim, ao menos retirar nossa existência do terreno da mediocridade.

Mozart é conhecido por ter sido um gênio, por suas composições e execução instrumental espantosas desde a mais tenra idade. Porém o que não se tem clareza é que o desenvolvimento dele estava dentro de uma lógica superior, ele estava trilhando o Caminho da Iniciação. Foi chamado em sua época de AMADEUS, ou seja, Amado por Deus!!!

Nos questionamos então, o que representa a Iniciação???  É um sistema organizado de aprendizado e desenvolvimento de tipo superior conduzido por seres Despertos, Conscientes. A Iniciação é a maior escola que uma pessoa poderia ter acesso nesse plano. É a chave da vida. Onde aprendemos a valorizar detalhes, a reconhecer e diferenciar a luz das trevas e a eleger sempre o Bem e a Correção em todas as nossas escolhas. Como chave da vida a Iniciação abre portas de compreensão e sabedoria onde poderemos aprender a viver a vida de maneira Intensa e Sábia.

Ao longo das Eras muitas escolas ou organizações no mundo físico tiveram a dita de serem as portadoras dessas chaves, na antiguidade as Lojas Maçônicas cumpriram esse papel de maneira especial, porque ao mesmo tempo em que atuavam nos processos políticos tinham em seu seio personagens que buscavam o resgate da via Iniciática dentro das Lojas, para que elas não se restringissem a meros clubes de amigos.

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Um estudioso da música, realizou um profundo estudo que para nós será de grande valor informativo. O Jacques Chailley, nascido em Paris em 1910, era compositor, regente de coro, musicólogo e teórico musical. Reconstituiu e revalorizou a música da Idade Média, estudou a linguagem,   evolução e impulsionou uma disciplina nova no período, Filologia Musical. Dedicou um livro inteiro ao tema que mencionamos aqui, A Flauta Mágica, Ópera Maçônica.   Melhor teria sido se tivesse intitulado, A Flauta Mágica, Ópera Iniciática. Porém aí vamos.   Vejamos o que nos fala algumas partes do livro.

CAPÍTULO 9 — MOZART E A MAÇONARIA

No dia 14 de dezembro de 1784, Mozart, com sua iniciação, é oficialmente admitido no seio da maçonaria. Vale a pena lembrar aqui que toda a sua carreira desenvolveu-se num ambiente de algum modo paramaçônico, e seria pontuada por uma série de fatos significativos a esse respeito.

Desde a idade de 11 anos, Wolfgang, medicado devido a sintomas de varíola, oferece a seu médico, o Dr. Wolff de Olmutz, uma pequena ária a título de agradecimento (An die Freude K. 53), e percebemos com surpresa que já se trata de um texto maçônico: quem o teria fornecido ao menino? O próprio médico, é a suposição de J. e B. Massim; mas C. de Nys sugere que o pároco de Olmutz poderia ter sido ele mesmo maçom e ter parte nesse assunto. Quando Mozart, no ano seguinte, compõe Bastien und Bastienne, sua pequena obra é representada nos jardins do Dr. Mesmer, apóstolo do “magnetismo animal”; mas Mesmer também era maçom; chegou a provocar, em seguida, um cisma que levou seu nome (o mesmerismo) e que levou em 1783 “ao estabelecimento de uma sociedade maçônica que se formou em Paris sob o título de “Ordem da Harmonia Universal”; ela se destinava a “purificar os adeptos pela iniciação”, confirmando-os na doutrina do fundador.”

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A influência de Mesmer sobre Mozart ocorreu em maior ou menor grau. Inclusive nas comprovações que Mozart teve através da cura e melhora de sua condição física através do uso do Magnetismo apresentado a ele por Mesmer. Dessa maneira a Ordem da Harmonia Universal tinha nos seus fundamentos o trabalho de limpeza de debilidades para que uma sabedoria superior pudesse se expressar.  A purificação utilizando a Iniciação como veículo principal é conhecido dentro do Esoterismo Crístico à milênios, o Cristo se refere a ela quando afima: (Mateus Cap 7 v. 13 e 14.) “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.”

A distância entre a teoria e a prática é gigantesca. E de fato, vemos que mesmo os que encontram o veículo físico para a própria Iniciação, ou seja encontram a ante-sala dessa porta estreita, preferem ficar aí, distraídos com processos políticos, brigas por poder, formação de grupos de auto-suporte através da amizade e tráfico de influências, etc etc. É difícil ver o interesse real, puro, genuíno e autêntico no trabalho interior profundo. A busca de arestas para eliminá-las, o auto-aprimoramento, eliminação do ego, a busca autêntica da Luz, da Justiça, da Caridade, etc. Vemos normalmente os que deveriam ser autênticos iniciados, focar no aspecto exterior. Crer que a ação física resulta numa construção interna é mais fácil, porém grande equívoco. A Verdade é o oposto, devemos fazer a Construção Interna e essa irá indubitavelmente forçar que toda essa enorme construção nos mundos internos cristalize-se no mundo físico. Isso ocorrerá de maneira natural. Agora é óbvio, no caso dos discípulos de Simão, infelizmente para esses, mostra-se primeiro no físico, para que todos acreditem que foi feito internamente, isso é a tão abjeta Simonia.

Mozart optou pela porta estreita, passou por dificuldades enormes, foi excluído pelos seus pares e colegas de profissão, em todas as partes onde chegou para fazer um trabalho foi combatido e  tentavam destruí-lo de qualquer forma, ou empurrá-lo ao esquecimento. Pacientemente ele procurou utilizar todas essas ferramentas e oposições intensas para o seu próprio auto-desenvolvimento. Enquanto era empurrado para a periferia ele experimentava combinações harmônicas, estudava estilos, repetia exercícios, praticava, lutava por descobrir a sua linguagem. Estava cercado pelas trevas, mas vivia buscando a Luz. Era inevitável que uma Obra especial fosse construída.

Por Raul Marcelo

(Continua…)

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